Brisas 

                 




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Um gesto, uma carícia, um olhar... são sentido, fim e razão de amar.

[rodolfo lopes]
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Pensar, imaginar, projetar, criar, realizar. Pensar... Observar, estudar, entender, aprender, dominar. Observar... Ver, gostar, aproximar, tocar, apaixonar, amar. .................. Desamar, .................. brigar, .................. separar, .................. ficar só. Ver... Um beijo. Recebi um beijo... Abri os olhos e era Uma borboleta.

O ano. O ano... Verão, Calor, Praia... ............ Dezembro, ............ Janeiro, ............ Fevereiro... Outono, Morno, Campo... ............ Março, ............ Abril, ............ Maio... Inverno, Frio, Quentão... ............ Junho, ............ Julho, ............ Agosto... Primavera, Natureza, Flores... ............ Setembro, ............ Outubro, ............ Novembro... O ano...

A chuva, a poça, o rio, o mar. .......... O sol, .......... a névoa, .......... o orvalho, .......... a nuvem. A chuva... A semente, a planta, a árvore. .......... Ou a madeira, .......... o fogo, .......... o calor. Ou a sombra, a fruta, a semente... A casa. A casa desperta Porque o sol despertou: Enche-se de luz. Ciclos: Pensar, observar, ver um beijo, o ano, a chuva, a semente, a casa: Ciclos.

Rodolfo Lopes _________________________________________________________________ criado em 11/dez/2004, publicado aqui em 03/set/2005 Olimpíada Cultural, 500 Anos da Língua Portuguesa no Brasil "Vozes Escritas", Clube Amigos das Letras, 2005 Barra Bonita, SP, 2005 _________________________________________________________________ Este poema pode ser lido da forma tradicional, coluna por coluna, de cima para baixo, partindo da esquerda. Pode ainda ser lido a partir de qualquer outra coluna. Mas experimente lê-lo ao léu, ou seja, você lê uma palavra aqui, lê outra ali, e mais outra lá, tudo isto em qualquer coluna e em qualquer ordem. Espero que você goste e se surpreenda. _________________________________________________________________

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O amor é assim, sem começo ou fim. É num repente que o coração sente Algo forte, gostoso, diferente, Sem saber desde quando está assim. Amor chega e toma conta de tudo. Começa uma vida alegre... (ou sofrida), Efêmera... (ou eterna)... atrevida... Enquanto durar, é o dono de mundo... Tempo e espaço deixam de existir. A nova dimensão chama-se amor. E será eterna no seu momento. Espaço a percorrer, tempo a sorrir... E fica cego a tudo ao seu redor Porque... só vê seu arrebatamento. Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 06/out/2003 e colocado aqui em 09/fev/2005
1ª Menção Honrosa Especial no 6º Concurso Nacional de Poesias Poeta Nuno Álvaro Pereira Pérgula Literária VI, Editora Valença, 2004 ____________________________________________________________________________

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Dois seres andando por aí, soltos, Sem destino, sem motivo, absortos, Quando se notam, sem aviso prévio, Cruzando olhares em frente a um prédio. Seus olhos se fixam num longo olhar, Dizem mil frases sem nada falar, Fazem juras, mil planos, confidências, Trocam conquistas, suas existências. Sabem que aqui não se encontraram antes Mas desde sempre se sabem amantes, A alma metade e seu complemento. No silêncio do olhar, um juramento Selando este eterno bem querer: Não mais serem dois, porém um só ser. Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 05/nov/2002 e colocado aqui em 09/fev/2005
3ª Menção Honrosa Especial no 6º Concurso Nacional de Poesias Poeta Nuno Álvaro Pereira Pérgula Literária VI, Editora Valença, 2004 ____________________________________________________________________________

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Gota de orvalho que cai nas montanhas É a fonte que sai de suas entranhas. É a trilha que o riacho rasga na mata, É o mar depois do rio ser a cascata. Um gesto, uma carícia, um olhar São as águas da fonte das paixões, São rio e mar que inundam corações, São sentido, fim e razão de amar. A noite termina com o sol brilhando Dando vida, energia, luz e calor, Levando o mundo a um novo alvorecer. Mágoas de hoje? As águas vão lavando, Vão retirando a dor, o desamor, Pra amanhã um novo amor nascer! Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 14/out/2003 e colocado aqui em 09/fev/2005
Publicado em "Poesia Só Poesia", Novas Letras, 2004 ____________________________________________________________________________

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Nunca mais vou poder de novo ser criança, Nunca mais vou poder aquela aula assistir... Nunca mais vou poder ir àquele circo da infância, Nunca mais vou poder aquela turma reunir... Nunca mais... Nunca mais este mesmo dia eu vou repetir, Nunca mais este mesmo aniversário eu vou festejar... Nunca mais este mesmo Natal eu vou celebrar, Nunca mais esta mesma emoção eu vou sentir... Nunca mais... Nunca mais vou ver a água do rio voltar à fonte, Nunca mais ela voltará a passar sob esta ponte... Nunca mais a oportunidade perdida irá voltar, Nunca mais o tempo ocioso eu irei recuperar... Nunca mais... Nunca mais vou rever os meus que vi partir, Nunca mais vou tê-los de novo no meu caminho... Nunca mais vou receber deles amor... carinho... Nunca mais vou poder lhes agradecer... retribuir... Nunca mais... Nunca mais são só duas palavrinhas que, ademais Colocam o peso do infinito... sobre meu coração... E me esmagam pela impotência e pela frustração De eu não poder mudar os fatos... nunca mais! Nunca mais??? Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 18/set/2003 e colocado aqui em 09/fev/2005
III Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita, Categoria "Consagrados- Poesias" Publicado em "Olhos D'Alma", Clube Amigos das Letras, 2004 ____________________________________________________________________________

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Amar é dar-se sem nada pedir, É partir pro amor sempre ficar... É chorar pra ele sempre sorrir, É sofrer para o prazer aflorar... Amar é fechar os olhos pra ver, É voar para ter os pés no chão... É calar pra no silêncio dizer, É dividir-se para ser união... Para ser o amor, sombra há que ser. Há que nunca pensar em magoar... É ser dois vivendo uma só paixão. Só tem amor quem sabe compreender, Quem sabe dar, perdoar, respeitar, Quem morre... pra dar vida ao coração. Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 06/out/2003 e colocado aqui em 09/fev/2005
Real Academia de Letras, 2004 ____________________________________________________________________________

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Ela... sabe, aquela que ainda freqüenta a tela de meus sonhos, e que, por ela, são sempre risonhos? Ela veio... Não sei a razão, nem por que meio, só sei que ela veio... Ela apareceu na multidão e fez disparar meu coração, que incendiou-se de paixão. Ela veio... me amou... Nunca pensei acontecer de ela também me querer... Então gostávamos de ficar longo tempo ao luar, falando do nosso modo de amar, até que um dia meu mundo desabou... Ela veio, me amou... e se foi... Um dia a esperei... e muitos outros depois... mas nada de ela aparecer... Então, inconformado, tive de aceitar que ela havia deixado de me querer... que ela tinha decidido me abandonar, deixando-me triste, desesperado, com o coração despedaçado. Ela veio, me amou, se foi... mas ainda ficou... Sua lembrança queima mais meu coração do que a lava incandescente de um vulcão... A chama de sua presença me marcou... Meu pobre coração só continua batendo porque ele ainda continua crendo que ela nunca deixou de me amar, que ela, um dia, ainda irá voltar. Ela veio, me amou, se foi... mas um dia irá voltar... Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 1969 e colocado aqui em 09/fev/2005
Real Academia de Letras, 2004 _______________________________________________________________________

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Mãe, está chegando o dia em que festejamos você! Neste dia, todos os filhos estarão presentes, quer fisicamente, quer espiritualmente, abraçando-a, falando muito ou pouco com você; ou mesmo não falando nada, para simplesmente fitá-la com o amor e o carinho que só você merece. Quantos irão lhe trazer presentes!... Quantos irão lhe pedir presentes!... Quantos irão se esquecer de lembrar de você!... Eu estou aqui!... Sempre estive... e sempre estarei aqui!... Como gostaria de estar aí... para abraçá-la. Como gostaria de estar aí... para acariciá-la. Como gostaria de poder mirá-la, sem nada falar... Como gostaria de estar aí!... Como gostaria!... Eu a tinha escolhido para ver sua barriga crescer; para ver você fazer todo o enxoval do futuro ser; para ver você sonhar... Eu a tinha escolhido para sentir a vibração de sua voz, falando, cantando, sussurrando para mim... Eu a tinha escolhido para você ser a minha mãe... Eu a tinha escolhido para você me colocar em seu colo, levar-me ao seu peito, incentivando-me a sugá-lo para me alimentar... Eu a tinha escolhido para você cuidar de mim, trocar minhas fraldas, me banhar... Eu a tinha escolhido para você me tornar o ser mais feliz do mundo... Eu a tinha escolhido para eu fazer de você a mãe mais feliz do mundo... Eu a tinha escolhido para me ensinar a dizer m-a-m-ã-e... Para, talvez, me ensinar a dizer p-a-p-a-i... Eu a tinha escolhido!... Eu a tinha escolhido para ver você se realizar com meus primeiros passos; para contar a todos sobre meu primeiro dentinho; para achar graça em minhas primeiras travessuras... Eu a tinha escolhido!... Eu a tinha escolhido para você ficar ao meu lado no meu primeiro dia de aula; para aplaudir minha primeira apresentação em sua homenagem na escola; para elogiar minhas primeiras obras de arte. Eu a tinha escolhido para ser a defensora incondicional, contra tudo e contra todos; para ter você sempre presente, ajudando-me em meus trabalhos escolares; para vibrar mais do que eu quando de minha primeira formatura; para entrar em delírio comigo quando eu entrasse numa faculdade... Eu a tinha escolhido para ser minha primeira cliente, e levar suas amigas para serem também minhas clientes... Eu a tinha escolhido para ser a segunda mãe de minha cara metade... Eu a tinha escolhido para ser a melhor avó do mundo Quando eu tivesse meu primeiro filho... Eu a tinha escolhido!... Eu a tinha escolhido para cuidar de você Quando as forças começassem a lhe faltar... Ter paciência com você, Quando todos já a tivessem perdido... Para estar com você quando você fosse fazer sua última viagem... Eu a tinha escolhido!... Paciência... Você não me quis... Paciência... Você optou por me tirar... Entendo que você possa ter tido suas razões... Você era ainda tão jovem, tão imatura!... Entendo que a pressão sofrida possa ter sido muito forte... Paciência!... Eu estou bem!... Só sinto não poder estar aí para estar com você... Só sinto não poder estar aí... para homenageá-la como você merece... Só sinto não poder estar aí para dar-lhe um abraço bem apertado, um beijo, um presente... Eu estou bem!... Só sinto não poder estar aí... Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em abril de 2003 e colocado aqui em 09/fev/2005
Obra selecionada no I Desafio 2003 - Tema: "Mãe, Mãe? Mãe!" Categoria "Consagrados", Destaque Especial: "Segmento de Texto": "Paciência... /Você não me quis... /Paciência... /você optou por me tirar..." Publicado em "Retratos de Mãe", Clube Amigos das Letras, 2003 ____________________________________________________________________________

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Pedras preciosas, como o diamante, São difíceis de se encontrar. Se tivermos a sorte de ver uma diante, Temos que apanhá-la, e... a admirar! Pessoas especiais são como o diamante, São difíceis de se encontrar. Se tivermos a ventura de ter uma diante, Temos que nos aproximar, e... cativar. Pessoas únicas aparecem e é inebriante, Sentir sua presença. Deixamos até de sonhar. Se te for dado o prêmio de ter uma diante, Agradeça ao céus, pois... saberás o que é amar. Rodolfo Lopes ____________________________________________________________________________ escrito em 2002 e colocado aqui em 09/fev/2005
Obra selecionada na II Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita- Brasil e Portugal Categoria "Consagrados", Destaque Especial par "Versatilidade" Publicado em "Mosaico", Clube Amigos das Letras, 2003 ____________________________________________________________________________

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