Brisas
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Hoje é Natal
Rodolfo Lopes
É Natal!
Que bom seria se não houvesse Papai Noel!
Que bom seria se não houvesse neve nem renas
no nosso Natal. São figuras que não existem por aqui,
não fazem parte de nosso clima, de nossa cultura,
pois não espelham nosso espírito de Natal!
É Natal!
Que bom seria se o único presente presente fosse o Amor!
Que bom seria se o único presente presente fosse o Hoje!
Ontem, já foi! Amanhã, haverá? Quem pode afirmar?
Hoje é agora, hoje é todo dia, hoje é o presente da vida,
hoje é o dia do Natal, hoje é uma dádiva, hoje é o presente,
o maior presente que a vida pode nos dar!
É Natal!
Façamos desta data um marco, uma iniciação,
uma mudança para um novo estilo de uma nova vida,
uma nova vida fundeada no Amor, a exemplo de Cristo.
Uma nova vida marcada pela compreensão, pelo perdão,
uma nova vida alicerçada sobretudo pela caridade,
não a da esmola, a do livrar-se da responsabilidade,
mas a verdadeira caridade, a nascida do coração, do Amor.
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Lembrando Meu Pai
Rodolfo Lopes
Pai, és meu espelho!
Vejo em ti, refletido,
O meu amanhã!
Minha vida é
Uma onda a vagar
À mercê do mar.
Assim como o sol
Chega trazendo a manhã
Tu trazes amor!
Tal como as estrelas
Só podem brilhar na noite,
Pai, és minha luz!
Eu só sou agora
Porque tu me aceitaste,
Quiseste pra vida!
Pai, a gratidão!
De onde possas estar
Sinto teu carinho!
escrito 06 de agosto de 2006 e publicado aqui no mesmo dia
são cinco haicais em homenagem ao "Dia dos Pais"
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Uma mulher grávida
Rodolfo Lopes
Uma mulher grávida
é o deus que pode criar,
me perpetuar!
Nós nos perpetuamos neste mundo através de nossos filhos.
Nós nos renovamos através deles.
Eles levam para o futuro nossa assinatura, nossa marca,
a marca de seus pais, seu DNA.
Somos, portanto, imortais.
E coube à mulher o privilégio de ser a deusa da criação,
a deusa que nos faz perpetuar no mundo,
a deusa que pode criar uma nova vida.
E Deus não poderia confiar a missão
de gestar e proteger uma nova vida senão à mulher.
Tudo nela é amor, tudo nela é abnegação, tudo nela é cuidado
quando se fala do novo ser que ela trouxe para a vida.
Minha homenagem à minha mãe que me colocou aqui.
Minha homenagem àquela que possibilitou a maravilha
de compartilhar minha vida com a vida dela
junto com a vida de meus filhos.
Minha homenagem a todas as mães do mundo.
Minha homenagem a todas as mulheres do mundo que,
embora não tenham sido mães ainda,
um dia o poderão ser porque este privilégio é só delas.
Minha homenagem maior "Àquele Que É",
o Ser Supremo, que torna tudo isto possível.
escrito em 14 de maio de 2006 e publicado aqui no mesmo dia
minha homenagem ao "Dia das Mães" que se comemora nesta data
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Menina de Rua
Rodolfo Lopes
Menina de rua que...
surgiu na vida por acaso,
... talvez da irresponsabilidade de um momento;
cresceu por acaso,
... talvez por teimosia do destino;
vagou por acaso,
... talvez na tentativa de achar um caminho;
foi iludida pelo acaso,
... talvez ao procurar por um amor;
e deste seu caso,
... talvez por pôr no mundo um novo ser,
encontrou seu ocaso,
... talvez para nos deixar um recado...
Menina de rua que...
aprendeu a dura penas
... apanhando da vida;
chorou lágrimas sentidas
... sem encontrar quem lhe desse atenção;
sufocou, sem outra opção,
... as muitas angústias de seu coração;
sofreu na alma
... a dor do abandono e da discriminação;
sonhou acordada,
... na esperança de que seu futuro seria melhor;
e nos ensinou, no seu abandono,
... como pode ser uma vida sem amor...
escrito em 15 de janeiro de 2005 e colocado aqui em 02 de abril de 2006
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Mulher
Rodolfo Lopes
Ao olhar pro mundo
Eu vejo a FLOR e a MULHER...
Como ele é belo!
A vida é um ciclo
Para se viver a dois:
Homem e mulher!
O mundo é melhor
Se o carinho da mulher
Estiver presente
Uma mulher grávida
É o deus que pode criar,
Me perpetuar!
Lição de amor?
Eu vejo a todo momento...
No olhar da mãe!
escrito em 08 de março de 2006 e colocado aqui no mesmo dia
são cinco haicais em homenagem ao "Dia Internacional da Mulher" que se comemora hoje
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Medidas da Vida
Rodolfo Lopes
A vida não é medida pelas vezes em que nos mantivemos impassíveis,
mas sim por aqueles momentos em que fomos surpreendidos de queixo caído
em razão de um grande entender que, de repente, nos tomou por inteiro.
A vida não é medida pelo tempo em que mantivemos os pés no chão,
mas sim por cada momento em que fomos às nuvens, pisamos na lua,
viajamos em direção às estrelas, aos confins do universo por um amor.
A vida não é medida pelo número das batidas compassadas do coração,
mas sim pelas vezes em que perdeu o compasso, acelerou, perdeu o ritmo,
parecendo querer pular do peito por causa de uma paixão avassaladora.
A vida não é medida pelo pulsar do ar entrando e saindo dos pulmões,
mas sim pelas vezes em que a respiração parou motivada por fortes emoções,
pois só vive quem as sente, aprende, e as semeia aos quatro ventos.
escrito em 15 de outubro de 2005 e colocado aqui em 20 de fevereiro de 2006
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Presente
Rodolfo Lopes
Quem vive remoendo o passado
Ou se pré ocupando com o que virá
Não tem tempo para viver:
Está muito ocupado para ver
O presente que o presente lhe dá.
O futuro, quem sabe dele realmente?
Deixe que ele chegue naturalmente,
Deixe que ele se torne presente.
É só isto que ele é: um presente,
Presente que a vida tem para dar.
O presente é como uma flor:
Bonita, frágil, efêmera, delicada.
É agora que ela precisa ser admirada
Depois podem vir vento, chuva, sol e calor
E ela acabar seca, destruída, despetalada.
A vida não é um problema a ser enfrentado,
Mas um segredo a ser, aos poucos, desvendado,
Um vinho a ser saboreado calmamente,
Um mistério escondido no fundo da mente,
Que um dia saberemos inteiramente.
escrito em 14 de março de 2005, colocado aqui em 20 de fevereiro de 2006, publicado no final de 2005
em Pérgula Literária VII [7º Concurso Nacional de Poesias "Poeta Nuno Álvaro Pereira"]
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